sábado, 19 de novembro de 2011

Laboratório: espaço de pesquisa empírica em jornalismo


      Este artigo foi apresentado ao XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), que este ano aconteceu em Recife, entre 2 e 6 de setembro. Nele, faço uma reflexão sobre o papel do laboratório na pesquisa prática em jornalismo e apresento algumas experiências e experimentações deste processo como professora há 14 anos, do laboratório Campus, da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Neste espaço de ensino e aprendizagem – com 41 anos de existência – são produzidos jornais impresso e online, revistas eletrônica e impressa. 
       Estas experimentações se dão em torno de conceitos de jornalismo de comunicação e nas teorias do newsmaking, do ponto de vista do jornalismo, e de autonomia e pesquisa, de Paulo Freire e Pedro Demo. Este caminho tem levado, cada vez mais, a uma relação estreita com outras áreas do conhecimento, na própria comunicação – como a comunicação organizacional – e em áreas afins, como arte, informática, documentação e biblioteconomia. Estas interligações, são o início de um processo de convergência de redação e de disciplinas de ensino que estamos experimentando na FAC.
      Fiz algumas adaptações ao texto original, dando títulos e intertítulos, que ajudam na leitura. Para quem for utilizar e precisar de referência bibliográfica, ele está hospedado nos anais do Congresso.
1. As mudanças das redações e os jornais-laboratório
         
Quais os reflexos da convergência de mídias no fazer jornalístico, no desenho das organizações jornalísticas e nas relações dos sujeitos envolvidos neste fazer? Para muitos, tratar dos aspectos do ensino de jornalismo no laboratório é coisa menor, restrito à reprodução do que vivem as redações. Mas, o que vivem as redações, neste momento de mudanças estruturais profundas do campo do jornalismo?

As redações vivem o que propõe a escola de Navarra? Esta linha de pesquisa, ligada à Opus Dei, foca a solução na proposta de turbina informativa, em que, como resumiu Thaïs de Mendonça Jorge (2008), a “redação deve funcionar como indústria e produzir informação multiplataforma, multimídia” ou como “uma refinaria, em que a indústria jornalística refina a informação e distribui em diferentes formatos”. Solução que, na minha opinião, centra no aspecto produção industrial, descolado da complexa produção de sentidos do jornalismo.

Os pesquisadores europeus García Avilés, José A.; Meier, Klaus; Kaltenbrunner, Andy; Carvajal, Miguel y Kraus, Daniela – da Espanha, Áustria e Alemanha – também se debruçaram no estudo dos modelos de redação nestes tempos de convergência. Durante um ano e meio, estudaram as mudanças na prática jornalística e fluxo de trabalho nas redações de seis empresas de mídia em três países: Österreich e Der Standard, na Áustria, La Verdad Multimédia e El Mundo, na Espanha, e os grupos Die Allgemeine Niedersächsische Welt Morgenpost e / Hessische / na Alemanha. 

     O resultado deste trabalho foi publicado em 2009. No artigo “Integración de redacciones: Austria, Alemania y España” publicado no mesmo ano, os autores informam ter encontrado três diferentes modelos de jornalismo de convergência: “a plena integração; a colaboração; e a coordenação editorial entre isolados suportes, cada um com suas características próprias.” Os autores disseram acreditar que as diferentes experiências oferecidas sugerem que a integração está a mudar a prática do jornalismo na Europa. 

As redações brasileiras, a chamada mídia tradicional, também têm anunciado mudanças. A de maior destaque, recente, foi da Folha de S.Paulo, apresentada tanto nas páginas do jornal como em diversos formatos multimídia na internet, no novo portal do jornal, o folha.com. Também há jornais partidários no cenário da internet, assim como blogs pessoais que discutem e/ou reproduzem os jornais dessa mídia tradicional, e novos jornais, que se apresentam sem caráter partidarizado e nascidos no berço das empresas de telefonia.

A redação está em transformação, fruto e reflexo das mudanças estruturais por que passa o jornalismo. É no laboratório que podemos experimentar e refletir sobre esta experimentações e apresentar propostas de possíveis caminhos e soluções. E há muitas possibilidades, como explicou, em referência à medicina, em 1990, em entrevista que me concedeu, quando eu era repórter do jornal Folha de S.Paulo, o então ministro da Saúde Adib Jatene. O nome do cirurgião é internacionalmente utilizado como nomenclatura para diversos procedimentos cirúrgicos cardíacos: os longos anos de exercício da medicina serviram para demonstrar que uma determinada técnica, utilizada em um procedimento cirúrgico, é apenas uma possibilidade de chegar ao objetivo de proporcionar bem-estar ao paciente, e que cada cirurgião deveria lançar mão da técnica que melhor lhe permitisse alcançar este objetivo.

Os alunos devem experimentar a partir da bagagem teórica que já construíram na Faculdade de Comunicação, sobre comunicação e jornalismo, e em outros cursos da UnB, que tem essa característica particular, herança de Darcy Ribeiro, de permitir que os alunos tenham currículos absolutamente singulares. Além da teoria, também trazem os próprios conceitos e mitos que constróem sobre a figura do jornalismo – apresentada com glamour em bancadas televisivas, filmes, histórias em quadrinhos etc.

2. Educação, ensino e aprendizado

Este laboratório, aqui proposto como espaço para a pesquisa empírica, a experimentação, assenta-se nos conceitos de educação e de ensino. A primeira, vista como ato conjunto de condução e criação; e o segundo, como sinal para uma apreensão do aluno a partir da prática.

A educação é vista como ato de criar, a partir do verbo latino educare, que tem relação com ducere (conduzir) e educere (tirar para fora, criar). Como diz Nérici, “cada indivíduo nasce com um potencial próprio de possibilidades biopsicossociais”, e ao processo educativo cabe “explicitá-las e aproveitá-las da melhor forma para o convívio social”, a fim de que “contribua com o melhor que possa”. Ensinar (do latim insignare – sinalizar, assinalar) e aprender (de apprehendere, perceber, captar) são as duas faces desse processo, que prescreve o acompanhamento do aluno em atividade. (JORGE e MARQUES: 2008: 123)
Exercitar a autonomia pela produção de conhecimento, e, no caso do jornal laboratório, pela construção de sentido, é fruto da leitura, em 2000, do livro Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire  (1999). Este livrinho – no sentido formal, pois tem poucas páginas e menos de 20 cm de comprimento – serve de roteiro para esta experiência pedagógica, que vivemos na Faculdade de Comunicação, sob a coordenação do professor Clodo Ferreira e que resultou na criação de um novo currículo para nossos cursos à época – Jornalismo, Publicidade e Audiovisual.

As questões propostas por Freire naquela publicação guiaram a reflexão sobre as relações em sala de aula: com o aluno, com outros professores, no processo de ensino e de aprendizagem. Nosso currículo saiu do modelo tradicional de “grade curricular” para uma proposta de aprendizado de imersão. A pedagogia de Freire acabou por se refletir no laboratório Campus, que é o nome do jornal impresso, único produto, fruto da experimentação, de nossos alunos até então.

De Freire vêm os conceitos de rigorosidade e amorosidade na relação com o aluno. Dele, também, a noção de educação libertadora, conceito explicitado no livro-diálogo Medo e Ousadia, produzido em parceria com o educador norte-americano Ira Schor:

O educador libertador tem que estar atento para o fato de que a transformação não é só uma questão de métodos e técnicas. Se a educação libertadora fosse somente uma questão de métodos, então o problema seria mudar algumas metodologias tradicionais, por outras mais modernas. Mas não é esse o problema. A questão é o estabelecimento de uma relação diferente com o conhecimento e com a sociedade.” (SCHOR e FREIRE: 1986: 48)
Também vem de Freire o conceito de autonomia, que ele considera um processo, um vir a ser, quando se dá como amadurecimento do indivíduo por si mesmo. “Não ocorre em data marcada. E é neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem que estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade” (1999: 121).

A base didática desta proposta, que envolve a formação do sujeito crítico e criativo, em um ambiente de sujeitos, e não em um espaço que transforma pessoas, em sua maioria jovens, em objeto, de ensino é o que denomino roteiro teórico-prático-metodológico de estudar pela pesquisa. “Somente um ambiente de sujeitos gesta sujeitos”, resume Demo (2005), que, na minha opinião, explicita como fazer o que Freire propõe. Esta visão de Demo, dá sustentação ao pressuposto de trabalho em que todos em sala – professores, alunos, servidores – tornam-se parceiros de produção, sujeitos participativos, em uma redação-laboratório chamada Campus.

Interessante ressaltar que os dois que me servem de referência não se orientam pelo ensino para alunos da universidade. Freire é mais conhecido pela proposta de alfabetização, que trabalha o analfabeto como ser de conhecimentos, iletrado, mas conhecedor. Demo propõe, no livro aqui referido, que a pesquisa empírica seja prática nos ensinos fundamental e médio, não fala do ensino superior. Mas ambos, falam em educação e em sujeitos, numa relação estreita de construção de conhecimento a partir da experimentação e vivências dos indivíduos – solitários ou reunidos em grupos.

Todo projeto pedagógico, principalmente em laboratório, envolve valores como os do trabalho em equipe e do papel do professor em sala de aula. Ao considerar a política da aprendizagem, Demo (2005) destaca as premissas essenciais para o sucesso da atividade acadêmica. Para ele, a aprendizagem supõe processo “reconstrutivo individual e coletivo dos alunos”; o papel do professor é de “orientador maiêutico”, no sentido socrático de orientar por meio de questionamentos para que o aluno descubra conhecimentos que possui mesmo sem que o saiba; a educação é processo essencialmente formativo, no qual o aluno é ponto de partida e de chegada; o ambiente é interdisciplinar, onde o “signo fundamental é intervir para mudar”; a aprendizagem é reconstrução permanente; a formação das habilidades humanas, para além da competitividade, como compromisso com a cidadania; e os meios eletrônicos são particularmente decisivos no campo da informação disponível. 

A escola, nesta visão de Demo, precisa oferecer aos alunos as melhores condições para a aprendizagem, e não servir apenas para medição de desempenho escolar. Neste sentido, escola é marcada pela experimentação prática que permita a realização do indivíduo, capaz de aprender sempre, e de se reinventar, capaz de “pensar e refazer sua profissão”. Para o autor, esta formação básica

... alimenta-se também da multidisciplinaridade, que não passa da aplicação mais coerente do aprender a aprender: a especialidade isolada desaprende, não só porque reduz a realidade ao que dela imagina saber, mas igualmente porque, ao não comunicar-se, perde a noção do conhecimento como desafio e obra comum. (DEMO: 2005: 68).

O avanço das tecnologias de produção e difusão da informação ampliou a necessidade de relacionamentos transdisciplinares em sala de aula. O jornalismo online, por exemplo, um dos produtos experimentados por nossos alunos, depende de muitas outras disciplinas – de diferentes campos do conhecimento – para poder atingir o objetivo de gerar, junto com o público, as informações de que este mesmo público necessita. 

     A prática em laboratório de produção de um jornal diário que tem a web como veículo de apresentação se insere em uma nova realidade em que qualquer pessoa com acesso à rede pode produzir informação; em que a relação com o leitor passou a ser mais estreita e, neste momento de transição, conturbada. A pesquisa empírica no laboratório deve levar buscar os muitos caminhos que se apresentam neste processo:

     Assim é impossível ver o jornalismo online como algo estanque ou separado das outras áreas de conhecimento. Também não está nem acima e nem abaixo delas. Qualquer área de conhecimento depende dos conteúdos informativos produzidos pela atividade jornalística,  da mesma forma que fazer o exercício do jornalismo online não faz o menor sentido sem a integração com outras disciplinas. 

Nos anos 1990, o surgimento da internet trouxe uma pergunta crucial: o jornalismo vai acabar? O que a primeira década dos anos 2000 indicou foi um processo acelerado de transformação, principalmente por causa do desenvolvimento das tecnologias capazes de produzir equipamentos cada vez mais velozes, menores e com grande capacidade de armazenamento na máquina ou em arquivos pessoais virtuais. Também têm surgido possibilidades múltiplas de interfaces, em que as redes sociais, neste início de segunda década do século XXI, têm se apresentado como novos formatos a trazer questionamentos sobre o papel do jornalismo e do fazer jornalismo, embora as redações tradicionais e o capital simbólico da imprensa ainda sejam de extrema relevância:

Há hoje em dia publicação em papel e online, televisão analógica e digital, e embora blogs tenham multiplicado as possibilidades de ter uma coluna de opinião, o jornal continua a ser uma profissão presente nas nossas sociedades e a maior parte da informação noticiosa que hoje usufruímos continua a vir das redações jornalísticas. (Cardoso: 2007: 188)
3. Um pouco de história

O nascimento do laboratório Campus, com a edição número zero do jornal impresso publicada em novembro de 1970, foi resultado de uma experiência inédita. Várias disciplinas de práticas e de técnicas jornalísticas foram reunidas em um bloco, denominado Campus. Os alunos tinham aulas de segunda a sexta-feira e produziam um jornal standard, de tiragem e periodicidade irregulares. O professor Luiz Gonzaga Motta, que participou da gestação do projeto, conta que este novo modo – interdisciplinar – de ensinar jornalismo chegou, na época, a ser apresentado em um congresso de Comunicação.

Pioneiro por ter sido criado antes da exigência legal, de 1979, de instalação de jornais-laboratório nas escolas de jornalismo, o Campus acompanhou o desenvolvimento das novas tecnologias para a produção de jornais. Chegou a ter máquinas de escrever elétricas nos anos 1980 e ganhou computadores na década de 1990. Ao jornal impresso, somou-se, em 2000, uma página na internet, com o nome Campus Online. Juntaram-se ao grupo, a partir de 2008, duas revistas semestrais de reportagens, a Campus Repórter – oficina avançada de jornalismo impresso – e a eletrônica Reportagem, produzida pelos alunos do quarto semestre letivo e publicada no encerramento dos trabalhos do Campus Online. 

Em 2000, em artigo escrito para a edição 253 do Campus, comemorativa dos 30 anos do laboratório, o professor David Renault registrou o nascimento do jornal online, em um contexto de busca de soluções criativas para driblar as dificuldades de manutenção do espaço de pesquisa: “Na falta de orçamento oficial, as assinaturas de convênios e contratos de prestação de serviços, por parte da Faculdade da Comunicação, garantiram os recursos para reformular a redação e montar uma moderna rede de computadores, onde já se produz, também, numa fase experimental, o Campus Online” (2000). Poucos alunos – principalmente os que dominavam a linguagem html – quiseram participar da experiência. 

Em 2002, o jornal digital deixou de ser editoria da única disciplina prática da faculdade e transformou-se também em disciplina. Fruto das mudanças do currículo da Faculdade de Comunicação, Campus I precederia a prática de produção de jornal impresso, ampliando o tempo de permanência dos jovens em laboratório. As primeiras páginas do Campus Online se perderam no espaço etéreo e fragmentado do mundo virtual. Por meio de uma ferramenta denominada way back machine foi possível recuperar algumas páginas, nem todas íntegras, do que foi publicado a partir de 2001.

A partir de 2005, um grupo de alunos da Ciência da Computação passou a integrar o Campus Online, matriculados em uma disciplina optativa, denominada Comunicação e Informação – de novo a insterdisciplinaridade é possível por causa da estrutura que Darcy Ribeiro deixou marcada na UnB. Esses alunos participam das aulas para compreender a lógica da arquitetura da informação para quem produz notícia e trabalham em parceria com os alunos de jornalismo, para atualização do sistema e atendimento das demandas da redação. A partir desta disciplina, o conceito de bloco interdisciplinar – da época da criação do jornal impresso – foi ampliado para uma esfera transdisciplinar, em que o resultado deste trabalho coletivo, fruto de diferentes áreas do  conhecimento que se interrelacionam, está além das possibilidades de cada uma das disciplinas envolvidas.

Outro produto do laboratório Campus que se abre para outras áreas de conhecimento é a revista Campus Repórter que além de estudantes de jornalismo abriga na redação jovens estudantes de publicidade, audiovisual, artes plásticas, desenho industrial, comunicação organizacional. Experimentações, sempre, em torno das características centrais do fazer jornalístico, ou newsmaking, como nos acostumamos a chamar.

4. Um pouco de teoria do jornalismo

Quando falamos em pesquisa empírica no laboratório de jornalismo, falamos em uma pesquisa que tem suporte importante nas teorias do jornalismo. No que diz respeito à prática, Zélia Leal Adghirni (1997, in Mouillaud e Porto, p. 451) lembra que o processo informativo compõe-se de diversas fases que variam segundo a organização do trabalho de cada redação e de cada meio de comunicação. No laboratório, a questão da organização é parte do ensino, da prática da experimentação, e inserida no quadro de mudanças estruturais do jornalismo.

Há, é certo, uma série de técnicas a serem aprendidas no laboratório e o jovem aspirante a jornalista deve ter a possibilidade de compreender que no processo de fabricação da informação jornalística, as rotinas são procedimentos que asseguram, sob a pressão do tempo, um fluxo constante e seguro de notícias e a rápida transformação do acontecimento em notícia. São, ainda, ações que têm vida e legitimidade próprias e muitas vezes transformam-se em procedimentos burocráticos. São diferentes de uma organização para outra, mas mostram que a maior parte do trabalho jornalístico depende de procedimentos rotineiros. 

Uma matéria é uma narrativa do “mundo real”, assim como o boato é uma outra espécie de narrativa do mundo real e um romance histórico também. Não são realidade em si mesmos (...), mas uma transcrição, e qualquer transcrição é uma transformação, uma simplificação, e uma redução. O jornal, como portador de notícias, participa na construção dos mundos mentais nos quais nós vivemos, mais do que na reprodução do “real world”. (SCHUDSON, 1989, p. 38)

A visão funcionalista do newsmaking, com o recorte da teoria construtivista, faz parte deste processo de aprendizagem. Ao fazer uma revisão bibliográfica do tema, Souza (2001:12) agrupa sete fatores que considera interferir (sem julgamento de valor) no que faz a notícia ser o que é: 

Pessoal – As notícias são resultado das pessoas, das intenções e interações dos autores e dos atores envolvidos no acontecimento. Um assessor que esconde a fonte, ou o agendamento produzido por uma ONG, por exemplo; 

Social – As notícias são fruto das dinâmicas e dos constrangimentos sociais (extra-organizacionais) e dos ambientes em que foram construídas e fabricadas. Dependem de fatores sócio- organizacionais e de tempo; 

Força ideológica – As notícias são originadas por conjuntos de ideias que moldam os processos sociais, dão referentes comuns e coesão a grupos, mesmo quando os interesses não são conscientes ou assumidos; 

Força cultural – As notícias são produto de sistema cultural que condiciona as perspectivas e/ou a significação que se tem do mundo; 

Meio físico, ou suporte – A apresentação das notícias depende do meio em que são apresentadas – o tratamento de texto é diferente no meio impresso e no eletrônico, por exemplo; 

Dispositivos tecnológicos – cujo desenvolvimento interfere na produção da notícia: o telégrafo provocou surgimento do lead, por exemplo; beneficiadas pela internet de alta velocidade e de programas que proporcionam a troca rápida e armazenamento virtual de informação, as redes sociais têm provocado intensas mudanças nas relações profissionais dos jornalistas (não apenas no jornalismo, claro) e nas formas de circulação da notícia; 

Força histórica – As notícias são um produto da história e também sua referência. A cada período de crise aguda da economia os jornais recorrem à memória do Crack de 1929; a cada anúncio de que um país não alinhado vai produzir energia de matriz nuclear, lembra-se de Hiroshima e Nagasaki.

Para dar conta da complexidade da experimentação em jornalismo, um referencial teórico importante vem da sociologia do jornalismo. Brin, Charron e Bonville (2007),  pesquisadores canadenses, caracterizam quatro períodos na história do jornalismo norte-americano, cada um deles marcado por um modo específico e singular de conceber e de praticar o jornalismo: 

jornalismo de transmissão, praticado no Século 17, com difusão de correspondências, anúncios e outros conhecimentos, em que o impressor age como elo entre fontes e leitores; 
jornalismo de opinião, do Século 19, reflexo das transformações das instituições da sociedade, em que o gazeteiro / editor põe o jornal a serviço das lutas políticas; 

jornalismo de informação, que surge no final do Século 19 e se consolida no Século 20, quando as mudanças das condições técnicas e econômicas ampliam as possibilidades de coleta e de difusão da notícia; e

jornalismo de comunicação, em que a informação circula a uma velocidade e com um consumo tal que os acontecimentos podem ser relatados ao vivo e na sua continuidade, ao passo e à medida de seu desenrolar. 

      O jornalismo de comunicação, defendem os autores, é contemporâneo das técnicas de transmissão eletrônica e, eventualmente, numéricas, das mensagens escritas ou audiovisuais. As mídias de informação eletrônicas – como rádio, tevê e internet – asseguram a transmissão da informação quase sem embargo e, eventualmente, sob encomenda.
O presente é o tempo do jornalismo de comunicação: presente ao vivo, da informação contínua, do comentário sobre o acontecimento recente ou em curso. De qualquer forma, o passado e o futuro não estão totalmente ausentes pois, no discurso jornalístico podem vir a ser uma fonte de referências para o presente, um arsenal de metáforas e alvo de conotações diversas. (Brin, Charron e Bonville, 2007)

A experimentação no laboratório de jornalismo se circunscreve nesse cenário de reconfiguração das redações segundo diversos modelos. Esta é uma decisão pedagógica: o que vai ser experimentado e como. O “como” pode ser didático, uma decisão do grupo da nova redação, formado pelos alunos, sob orientação dos professores, sobre que caminhos experimentar. Muitas vezes a escolha se submete às condicionantes da instituição, às condições materiais e tudo deve ser levado em conta.

O desafio do ensino de jornalismo é refletir sobre o processo de convergência de mídias e consequente reconfiguração das redações. Fazer no laboratório a experimentação dessa convergência tem por objetivo entender os reflexos das mudanças na engenharia da produção da notícia, no que respeite às características particulares de cada narrativa e do suporte utilizado. Por se tratar de ensino, é também o desafio de experimentar a convergência de disciplinas – práticas e teóricas – neste espaço de formação e preparar os alunos para o universo pós universidade.

      A experiência aqui relatada diz respeito ao laboratório Campus, que se consubstancia em diferentes produtos. Mas, onde estamos trabalhando para convergir também nossas experimentações acadêmicas em jornalismo em diversas disciplinas é na produção do site de caráter noticioso, Campus Online e sobre ele é necessário apresentar algumas informações.

A turma de Campus I, que é o nome da disciplina, tem aulas presenciais às terças e quintas-feiras, entre 8h e 11h40. Outras oito horas semanais extra-classe são consideradas parte do programa e devem ser destinadas às práticas do jornalismo e também à leitura da bibliografia. O semestre é dividido em três etapas. A primeira, de três semanas, é dedicada ao planejamento; a segunda, de 12 semanas, é o período de publicação diária na rede; a terceira etapa é dedicada à avaliação do trabalho de toda a equipe.

No final da década de 1990, o professor Luiz Martins da Silva, ex-aluno e ex-professor do jornal Campus, escreveu um artigo para a página de Opinião sobre o ofício do jornalismo e desconstruiu o termo laboratório em suas outras significâncias – ora et labora – reflete sobre o fazer, faz, reflete outra vez, refaz. Este ciclo sem fim é parte integrante das rotinas de produção da notícia no laboratório Campus.

As três primeiras semanas de aula são dedicadas à apresentação da disciplina e ao trabalho coletivo de planejamento do que será executado no semestre pela nova equipe do Campus Online. A primeira tarefa coletiva é integrar o grupo eletrônico de correspondência. No primeiro semestre de 2010, o grupo eletrônico contabilizou a troca de 1.500 e-mails de trabalho.

Nesse período de três semanas, sob orientação docente, o grupo define o projeto editorial e os respectivos projetos gráfico e de navegação para o site, que tem caráter noticioso. Os ajustes de sistema são executados pela equipe de alunos da Ciência da Computação, que têm aula em conjunto com os estudantes de jornalismo. O projeto editorial é o acordo firmado pela equipe do Campus Online com o leitor e pelos alunos com os professores. O projeto editorial das turmas fica disponível, durante o semestre, no anexo intitulado Quem Somos.

     Os alunos têm autonomia para apresentar o projeto editorial, mas ele é delimitado por parâmetros oferecidos pelos professores: produzir um jornal, alimentado três vezes por dia; dirigido ao público formado por alunos, professores e servidores da Universidade de Brasília, sem esquecer que a rede tem características globais; organizar a informação em cinco temas (editorias) e abrir espaço para participação de parceiros (os outros produtos do laboratório). O espaço do leitor deve ser previsto e será mediado por um ouvidor (ombudsman), ex-aluno de Campus Online e de preferência engajado em projetos de pesquisa e/ou de extensão de direitos do leitor.

Nos três últimos semestres, os alunos passaram a experimentar a produção jornalística em ferramentas de redes sociais, como o twitter, utilizado para atrair leitores, com chamadas para as novas matérias publicadas, e também para a cobertura em tempo real: assembleias, debates com candidatos na UnB, apuração das eleições do DCE. Da mesma forma, um dos membros da secretaria assumiu a responsabilidade sobre administração do twitter, coordenando as coberturas de tempo real e produzindo notas sobre as notícias publicadas no site. Outra rede é o facebook, onde publicam os links das matérias.

Segundo dados da equipe de Ciência da Computação, dos mais de 20 mil leitores únicos do site entre maio e agosto de 2010, 20% foram ao endereço a partir do perfil do Campus Online no twitter, que chegou a mais de 600 seguidores no final do primeiro semestre daquele ano. Até o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) escreveu ao twitter, agradecido por ter sido citado em matéria que contou a história do CEAM, um centro multidisciplinar que teve o ex-reitor da UnB como criador. As chuvas que atingiram a UnB, no início do semestre letivo de 2011, e derrubaram as atividades do CPD (Centro de Processamento de Dados) contribuíram para aumentar o índice de leituras do Campus Online, e também do twitter. Como fica hospedado em servidor externo, o jornal online manteve-se em funcionamento e, em esquema de emergência tornou-se o principal, e fiável, noticioso sobre as decisões da reitoria sobre volta às aulas e outros procedimentos acadêmicos. O twitter registrava  1.735 seguidores em 19 de novembro deste ano de 2011.

5. Os muitos conhecimentos necessários ao jornal

A sociedade moderna se transformou em uma sociedade de organizações e através delas o indivíduo consegue ampliar as aptidões, aproveitar melhor habilidades e conhecimento de cada um (KUNSCH, 2003). Essas organizações constituem aglomerados humanos planejados conscientemente, que passam por processo de mudanças se constroem e se reconstroem sem cessar e visam obter certos resultados. É preciso levar em conta os fatores condicionantes neste processo (GOULART e CUNHA, 1999, 57): as pessoas; a estrutura, com correspondente divisão do trabalho e hierarquia; a tecnologia do processo de trabalho; os objetivos desejados; o poder de influenciar, formar opinião; o ambiente, fonte de insumos e receptor dos produtos organizacionais.

No trabalho coletivo, colaborativo, essa “microssociedade”, a que denominamos redação,  opera nas mais diferentes dimensões sociais, econômicas, políticas e simbólicas. É importante considerar este grupo no ambiente como um todo, incluindo aspectos sociais, econômicos, políticos, tecnológicos, ecológicos e culturais – variáveis que interferem nas organizações.

Para definir o projeto editorial a ser experimentado no semestre, os alunos fazem o levantamento de dados sobre o público; sobre jornais-laboratório online; sobre jornais concorrentes do Campus Online (as mídias da universidade, suplementos estudantis da mídia tradicional, jornais produzidos por alunos de outros cursos de jornalismo); sobre os Campus Online produzidos por outras equipes em semestres anteriores. Em sala, com prazos precisamente definidos, os alunos, organizados em grupos, apresentam o resultado das pesquisas. Em sala, também, os professores apresentam subsídios e referencial teórico para o trabalho dos alunos: aula sobre a questão visual do jornalismo em mídias digitais / tecnologia; a imagem na web, produção e edição de fotografia jornalística; a produção de pauta e apuração; a administração da produção jornalística: planejamento, controle e avaliação na produção da notícia.

Para que um jornal seja publicado, em qualquer suporte, para qualquer mídia, há inúmeras tarefas a cumprir, em determinado espaço de tempo. Por este motivo as atividades devem ser planejadas e controladas. Deve existir um gerenciamento dessas atividades, para satisfazer de forma contínua às demandas da produção jornalística. O tempo deve ser dividido nas tarefas que envolvem a sequência coleta-seleção-apresentação da notícia em uma publicação multimídia: elaboração de pauta, produção de entrevistas e imagens, redação, edição de textos, imagens, áudio, vídeo.

Outro fator determinante diz respeito às pessoas e suas diferentes habilidades. Além de combinar como o grupo se organiza e quais papéis são necessários para o bom desempenho das atividades, é preciso identificar as diferenças, as expertises, as afinidades das pessoas do grupo. Esta identificação pode ser determinante na qualidade do produto. Nessa escolha também deve-se pensar nas pessoas que podem exercer diferentes funções no e para o grupo.

  Também leva-se em conta, no planejamento, o conjunto de diferentes tipos de recursos – que podem ser dinheiro, materiais, espaço – para a realização do produto jornal.  Nos tempos atuais, inclusive, é importante o planejamento tratar da sustentabilidade do projeto do ponto de vista financeiro e também sócio-ambiental. Já há equipes de reportagem, por exemplo, que repõem no ambiente o carbono produzido durante a execução do trabalho.

Há muitas formas de planejar e não se pode afirmar que uma esteja certa ou errada, mas é necessário saber qual a mais apropriada para o trabalho do grupo. No jornalismo, é usual fazer o planejamento invertido. A partir da data final de publicação – que nas redações brasileiras recebe o nome de dead line – os espaços de tempo são contados no sentido inverso até o dia em que se está planejando. O planejamento pode ser feito em longo prazo, mais genérico, com ênfase no que se quer fazer, com que recursos e com quais metas; em médio prazo, com mais detalhes e previsão de plano contingencial; ou em curto prazo, quando é mais difícil fazer grandes mudanças, mas permite intervenções pontuais. O andamento dos processos vai indicar se há necessidade de corrigir rumos ou de ajustar a execução do plano.

O planejador deve fazer o detalhamento das ações, definir o volume de trabalho para cada parte da operação e calcular o tempo – uma semana, dois dias, cinco horas – para cada uma das ações e para o conjunto delas, também. Deve-se, ainda, prever a ordem de execução do trabalho. A pauta, por exemplo, deve ter um tempo de apuração, caso contrário, é apenas uma ideia. O tempo de produção de pauta depende de muitas variáveis, como mídia, fontes, público, gênero jornalístico (reportagem, entrevista, notícia etc.). Todo o processo deve constar de cronograma detalhado de atividades, que deve ser acessível a todos os membros do grupo (mesmo que não integrem aquela equipe específica). A divulgação deste planejamento permite a cada um compreender o conjunto do trabalho e também conhecer o trabalho de cada uma das partes.

No processo de pensar, experimentar, repensar e finalizar o produto, os alunos assumem todos os papéis na redação e executam todas as tarefas de uma organização jornalística, a saber:  criam os projetos editorial e gráfico; fazem o planejamento do trabalho do semestre na redação, com indicação de metas e prazos; criam o formato da organização jornalística, com a hierarquia específica em que trabalharão no semestre; selecionam as equipes responsáveis pelas editorias; definem, distribuem e executam as tarefas; e fazem a avaliação dos resultados do trabalho com base nas metas e prazos acertados pelo grupo.

Com o projeto editorial pronto, é feito o planejamento geral das 12 semanas seguintes, divididas em quatro gestões de três semanas, cada uma. A cada gestão a equipe experimenta uma nova configuração organizacional. Assim, procura-se fazer um rodízio para que os alunos tenham condição de experimentar a partir de diferentes perspectivas – ora como chefe, ora como subalterno.

     Os três professores em atuação no Campus – dois de redação e um de fotografia – guiam, acompanham e supervisionam o trabalho, assinando como responsáveis pela disciplina e pela publicação, cumprem a função maiêutica, como resumiria Demo (2005). Dentro da distribuição de papéis, são os diretores do jornal e nas primeiras gestões atuam como editores-chefes e coordenadores de reportagem e de fotografia, funções que vão sendo assumidas pelos alunos, conforme conquistam autonomia. Além das funções inerentes à produção das edições, os professores cuidam de unir a prática ao referencial teórico do jornalismo. A última gestão é totalmente administrada pelos alunos, que apresentam relatórios à direção.

Com o desenho geral da produção, a partir da quarta semana, a equipe entra nas rotinas produtivas com base em conceitos de organização e administração da produção, de jornalismo para a web e de newsmaking. Durante este semestre o trabalho destina-se, especificamente, à produção de matérias para o Campus Online. A intenção é tornar os alunos capazes de produzir e manter um site jornalístico com renovação permanente de conteúdos, inclusive de fotografias. Eventualmente, matérias podem ser produzidas e publicadas no Campus impresso e vice-versa, mas ainda é raro acontecer.

A equipe de secretaria tem papel fundamental na coordenação do processo de produção. Formada por três alunos, é responsável por enviar relatórios das decisões tomadas nas reuniões de editores, manter atualizado o cronograma de produção do grupo (anexo 02); cobrar a entrega da proposta de pauta, segundo modelo adotado pela equipe (anexo 03); fazer a interface com as relações externas: equipe de Ciência da Computação, secretaria da faculdade, outras disciplinas que se relacionam com o Campus Online. Este grupo, na última gestão, assume a função de coordenação e um dos alunos exerce o papel de editor-chefe. As outras editorias são organizadas com um editor / coordenador e repórteres. Há uma editoria de fotografia e também uma pequena equipe (em geral de dois alunos) responsável pela direção de arte.

Como a publicação é diária, atualizada três vezes por dia em horários definidos – 9h, 15h e 18h – os contatos são feitos por e-mail e telefone. Nos dias de aula, a organização da redação é a seguinte: de 8h às 9h, reunião das editorias para relato do andamento de pautas, indicação de problemas e soluções; 9h30 às 11h, reunião de editores, para organização do cronograma coletivo. 

     A cada final de gestão, os editores apresentam relatórios quantitativos e qualitativos do trabalho da equipe. Os professores também fazem avaliação dos trabalhos publicados e do funcionamento da equipe. Esta avaliação coletiva resulta em novos planejamentos e estratégias, em correção de rumos ou mesmo em propostas de novas experimentações – como a inclusão de web TV, em parceria com um projeto de extensão desenvolvido por pesquisadores – alunos e professores – coordenados pela professora Dione Moura. 

6. Pesquisa empírica e documentada

As avaliações a cada final de gestão e a avaliação final individual tem-se tornado um mecanismo de documentação das experimentações de cada semestre. Servem como apoio para as turmas que se seguem e também para que os professores possam refletir sobre o ensino prático do jornalismo. Este espaço do Campus tem servido, seguidamente, desde o primeiro trabalho, apresentado ainda nos anos 1970 pelo professor Luiz Gonzaga Motta sobre a criação do novo laboratório como prática coletiva de ensino, para outros trabalhos apresentados em congressos e publicados em revistas, uma forma de documentar esta pesquisa empírica tão rica.

Foram apresentados trabalhos sobre o funcionamento do laboratório; experiências de negociação da notícia; a produção da grande reportagem como experiência de aprofundamento do jornalismo impresso, a análise do papel dos receptores no jornal Online. Em trabalhos de conclusão de curso (TCC) o laboratório também tem servido como espaço de reflexão sobre este fazer jornalístico, que incluem estudos sobre a produção de notícias sobre moradia estudantil; um livro reportagem sobre os 40 anos do Campus; um estudo de gatekeeper com acompanhamento do trabalho de seleção da notícia dos editores/alunos do jornal.

Neste semestre passamos a incentivar os alunos a, além de produzir notícia, escrever artigos que tenham nossa bibliografia como referência e o fazer como objeto de análise. O importante, em todas as iniciativas, é que temos conseguido aliar ao fazer técnico, reprodutivo, um refletir em todas as direções que este fazer puder nos levar, seja no aspecto apenas produtivo, mas, principalmente no que diz respeito à ética, razão de ser no jornalismo. 
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